segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aula de fotografia

Hoje foi a segunda Aula do Arnaldo Pappalardo na Brasilandia, um programa da Fundação Stickel, em parceria com o fotógrafo e com a Nilon. Foi um dia super especial, porque a Tati Nolla começou a trabalhar conosco e fez uma oficina super bacana de Pin hole que é aquela foto que se tira com uma latinha.
Foi uma oficina super mágica, especialmente porque mostra a perfeição das coisas mais simples. E que o processo da fotografia é realmente algo muito interessante e cheio de poesia.
A revelação foi feita em um laboratório doado pelo meu amigo Jefferson Costa, que acabamos de instalar...

sábado, 21 de agosto de 2010

Delícia de dia no parque do Ibirapuera... Nada como a natureza para alegrar as pequenininhas...

Olha que graça os nenezinhos na praia



Panificação com Estilo

Há dois meses iniciamos pela Fundação Stickel,  um processo com um grupo de mulheres, chefes de familia, desempregadas na Vila Brasilandia. O Programa chamado de Mulheres de talento, visa incentivar e capacitar mulheres acima dos 35 anos, moradoras da Brasilandia, a terem seus próprios negócios.

Nosso objetivo, utilizar a metodologia da FGV de Incubação de Negócios Populares, e um acompanhamento bem próximo da nossa equipe, para gestão.
Na hora de aprender o ofício, conseguimos uma parceria com o Grupo Espírita Batuíra, que já faz um trabalho lindo na Brasilandia, e eles em parceria com o SENAI, disponibilizaram um curso de panificação de dois meses e meio para o grupo.
Tenho certeza que esta será uma cooperativa de panificação muito especial…
E agora ainda escolheram um lindo nome…
DOCES TALENTOS…



A cara delas…

Transition Towns



O movimento das Cidades em Transição, ou Transition Towns, foi criado pelo inglês Rob Hopkins com o objetivo de transformar as cidades em modelos sustentáveis, menos dependentes do petróleo, mais integradas à natureza e mais resistentes a crises externas, tanto econômicas como ecológicas.

Hoje o movimento se faz presente em 14 países do mundo. Já são mais de 8.000 Iniciativas de Transição (em cidades, bairros e até ilhas) e 110 cidades oficiais preparando-se para a Transição.

Aqui no Brasil o movimento foi iniciado pelos Arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano e por mim. Fomos há dois anos fazer o curso na Inglaterra e iniciamos os processos por aqui.

Serra foi a primeira cidade oficialmente incluida no rol das Cidades de Transição Brasileiras, e agora existem várias iniciativas sendo estabelecidas.

Há um mês iniciei por aqui, pela Fundação Stickel, uma iniciativa articulando a Brasilandia, na Zona Norte.

Ontem fizemos a primeira reunião formal na Comunidade da Brasilandia… Tem tudo para dar muito certo.

 
As Iniciativas de Transição criam um processo promissor que engaja pessoas, comunidades, instituições e cidades para, juntos, pensarem e implementarem as ações necessárias de curto e longo prazo para enfrentar duas questões emergentes que já começam a se fazer sentir: as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo.

Através de processos participativos, os alunos irão:

1-Conhecer o contexto das Cidades em Transição e as possibilidades de transformação que emergem com as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo;

2-Aprender como adaptar os doze passos iniciais do movimento à realidade e capacidade da sua cidade;

3-Saber como utilizar processos de visualização coletiva e tecnologias sociais para o desenho de um futuro de maior resiliência* na sua cidade, bairro ou município de origem;

4-Explorar a relação entre transição interior e exterior;

5-Aprender a organizar encontros efetivos, como palestras públicas, open space e grupos temáticos de trabalho de acordo com o estágio de mobilização do seu grupo e local;

6-Conhecer os pontos mais importantes para uma palestra inspirada sobre Cidades em Transição;

7-Explorar os elementos do desenho de um plano de mudança para desenvolver a capacidade de resistir a choques externos (resiliência), como a escassez de petróleo, crises na produção de alimentos, desabastecimento, falta de água e de energia;

8-Aprender a incluir nesse plano todos os setores da sociedade – governo, setor privado e cidadãos – e todos os aspectos da vida cotidiana – saúde, educação, transporte, economia, agricultura e energia.

Diferente da abordagem fatalista que prevê quadros horríveis de fome, seca, migrações climáticas e morte, as Cidades em Transição têm uma visão realista, mas positiva, do futuro. Acreditam na ação transformadora de indivíduos, comunidades e cidades, através do desenho responsável que projeta no futuro um mundo resiliente e com base local.

O movimento “Cidades em Transição”, que busca diminuir a dependência do petróleo na vida urbana e promover as economias locais, acredita que não existe um modelo único de transição, nem que todas as respostas para resolver o problema da escassez do petróleo e do aquecimento global já tenham sido encontradas.

A idéia é que cada sociedade use a criatividade para fazer a mudança. Para as grandes cidades, uma alternativa é fazer a transição pelos bairros, reforçando o comércio regional.

Totnes, no Sul da Inglaterra, considerada o berço do movimento, espera concluir sua jornada em 2030. Na linha do tempo traçada pelo movimento, quando a tarefa for concluída, muito dos hábitos e costumes da cidade terão sido modificados.

As pessoas deverão consumir produtos locais e a dieta será baseada muito mais em vegetais do que em carne. As escolas passarão a preparar as crianças para as reais demandas da época, como cozinhar, plantar, construir casas a partir de materiais naturais como adobe e barro e a fazer jardinagem.

*Os conceitos de sustentabilidade e resiliência, que é a capacidade que um sistema possui de resistir a choques externos, passarão definitivamente a fazer parte do currículo.

Arranjo Produtivo Local


Trabalhando no setor de desenvolvimento de comunidades há 8 anos, descobri algumas coisinhas, ou melhor, aprendi algumas coisas.. A primeira delas é que não existe desenvolvimento de comunidade sem que todos os atores locais estejam articulados… A segunda é que mesmo eles estando articulado precisa de incubação de grupos específicos e a conexão deles com o todo, num arranjo produtivo local.

Além de tudo isto, precisa do apoio do Poder Público, de ações conectadas e estruturadas…. Enfim…Todo mundo precisa trabalhar junto…senão… Nada muda.

A Fundação Stickel, onde trabalho atualmente, vem incubando dois grupos há dois meses, o de panificação,que já falei e o de Costura, que vou colocar uma fotinho aqui da primeira aula do SENAI.

Acredito muito, muito neste projeto… mas sempre junto com os demais… projetos do território, senão… dificilmente teremos êxito no processo.

A diferença entre querer e querer muito.... Relato da prova do Adventure Camp de Santa Rita do Passa Quatro, 9 de abril, 2007

Correr aventura sempre foi algo que me encheu de prazer, mesmo com os perrengues que a gente passa pensar que algo poderia me tirar da prova só aconteceu uma vez, mas na última prova em alguns momentos a minha cabeça tentou me tirar da prova, mas um pensamento do Fabian me fez continuar, e encontrar força... A diferença entre fazer alguma coisa ou não conseguir, está no sentimento de querer... Quando vc quer alguma coisa, vc pode não conseguir agora quando vc quer muito alguma coisa, aí... pode ter certeza que vc consegue...
Pois é Fá, na saída daquele remo, quando vc me abraçou eu juro que pensei... Você quer terminar essa prova ou vc quer muito... e aí, enxuguei os olhos e pensei.....
EU QUERO MUITO.....
Na verdade terminar essa prova era uma questão de honra, as dificuldades permearam não só o percurso, mas toda a preparação, começamos tentando o patrocínio para as roupas que não veio em tempo, depois a segunda tanden, que acabamos por não conseguir, e mesmo decidindo comprar outra em uma “vaquinha”, não houve tempo hábil para finalizá-la...
Aliás, quem quiser ajudar, a gente aceita qualquer quantia para inteirar a bichinha...
Saímos de São Paulo por volta do meio dia, pegamos a estrada e no caminho ao pararmos em um posto nos apaixonamos pelo Terrôncio, um Tigre de Bengalas de pelúcia que passou a ser nosso mascote, foi carregado toda a prova, e também completou .
Chegamos no sábado à tarde, fizemos o check dos equipamentos, e aguardamos a chegada do mapa. Neste meio tempo pegamos as bikes e as levamos ao PC 6. A bike fez o maior sucesso, ganhou até foto do pessoal do staff do PC.
Depois disto voltamos à sede do Camp. 18:30 o mapa saiu, e plotamos todos os pcs até a hora do briefing, e acompanhamos as explicações com o mapa na mão... Um grande avanço visto que isto é normalmente quase impossível.
Saímos e fomos a uma pizzaria, porque tava todo mundo morto de fome. Enquanto a pizza não vinha fomos estudando o mapa, e azimutando as direções dos pcs. Bom para vcs terem uma idéia a pizza demorou tanto que a gente conseguiu terminar tudo, e ainda conversar com os meninos sobre bússola braille, e como o Cris ajudaria a controlar os azimutes no dia seguinte...
Menino guerreiro este ...
Depois desta longa espera fomos para o hotel, e arrumamos todas as mochilas... Montamos os kits de alimentação, os equipamentos obrigatórios, água, gatorade... e tudo o que precisaríamos no dia seguinte, para poder acordar o quanto antes...
Os meninos estavam super motivados, e eu morrendo de medo da navegação...mas como ninguém nunca ouviu falar dos covardes... Vamos em frente..
Largamos no meio da muvuca foi demais... Uma emoção... corremos e seguimos junto com a galera para o PC1.. Chegamos lá em 35º, uma vitória, já que o trekking é uma das partes mais difíceis quando se é deficiente visual... AH... esqueci de dizer.,.. que esta corrida era tão importante porque seria a primeira que o Terra completaria todos os PCS... Dois videntes e dois deficientes visuais. Na última prova do ano passado, tivemos que pular a parte de remo, porque um dos nossos passou mal.
Pois é... O Fabian, eu, o Cris e o Ricardo, queríamos MUITO, isso.. e estávamos dispostos a trabalhar duro para que acontecesse...
Fizemos os demais PCs o mais rápido possível apesar do trajeto entre o 2 e o 3 ser bem complicado, porque os tropeções eram inevitáveis...
Estes momentos são difíceis porque ao tropeçar os meninos puxam a gente para traz e precisamos fazer muita força ... O Ricardo passou o maior perrengue porque pisou em um tronco e caiu gritando: Estou caindo no abismo... e puxando o Fá pra trás... e o Fá segurando e dizendo: Cara e só um tronco, meu... calma, calma.
Mas neste momento ficamos imaginando que realmente deve ser difícil não saber o que acontece ao seu redor, e confiar de todo o coração... que aquela pessoa á sua frente vai segurar as pontas, e vai saber onde pisa.
O próximo PC era o de remo, e teríamos que nos separar, acabei pedindo a primeira parte do remo porque estava mais acostumada a remar, e achei que ia ser tranqüilo, porque o rio tinha correnteza e isso ajuda, enquanto o Fá e o Ricardo iriam fazer a perna de trekking.
Ledo engano... O Rio era super forte, com lugares super rasos onde tínhamos que aportar, descer do barco carrega-lo, e voltar para a água. Logo depois deste trecho entramos em outro cheio de curvas, onde a correnteza forte e o remo do Cris, que rodava na mão dele, fazendo a pá entrar de lado na água, não deixavam que o barco tivesse controle para que eu pudesse corrigir o rumo e pelo menos para não bater nas curvas que estavam cheias de “unhas de gato”(espinhos) e de bambus.
Não havia meio de controlar a rota, e entramos várias vezes naqueles arbustos. Ficamos presos em uma dessas árvores de espinho, onde os mesmos puxavam a nossa pele como um pequeno anzol a medida que a água arrastava o barco, tentei soltar o Cris, mas os espinhos grudaram em mim também, então fui soltando e colocando o remo na frente para conseguir livra-lo, um desespero, mas saímos e continuamos naquele mesmo perrengue... A galera passando e a gente naquele desespero, o remo girando, o barco sem força e eu já não agüentava mais fazer força e o barco segui na direção dos espinhos.
Comecei a entrar em desespero, porque o tempo todo alguma coisa acertava o barco, ou o Cris, e a mim, e eu não conseguia controlar o barco.
Comecei a pensar que não dava pra continuar daquele jeito, eu tinha que dar outro jeito, de remar sozinha, talvez... Tentei, mas o barco tava furado, e pesava demais...
Aí o Cris falou, calma Mo, a gente vai conseguir...
E naquele momento decidi confiar nele, como ele confiava em mim, aí eu disse... cara, rema forte, e vamos embora... aí passou um cara dizendo que faltava super pouco, que a gente tava indo bem, e que tinha que fazer uma pequena aportagem à frente, e que depois 50 metros adiante estaria o PC. Respirei e seguimos.
Fizemos a aportagem, mas neste processo perdemos um remo... Que jóia, hein...
Fomos então os mais de 50 metros finais com um único remo...
Desci do barco exausta, com os olhos cheios de lágrimas... Foi quando o Fá pegou o barco, ajudou o Cris a subir, me ajudou a subir e me deu um abraço forte dizendo que estava preocupado.
Ele olhou pra mim, e perguntou o que tinha acontecido...
Eu disse que tinha sido difícil...
Ele falou que todo mundo reclamou, que estava difícil pra todo mundo.
Meus olhos continuavam cheios de lágrimas, e ele me falou assim:
Mô, se não der, ok, não deu... sem problemas.,.. quero que vc fique bem...
Nesta hora eu lembrei do que ele me disse um dia, e de um relato do meio Iron que ele fez no ano passado... e pensei: Eu quero terminar essa prova, ou eu quero muito....
Olhei pra ele, olhei para o Cris comendo rápido para continuar e pensei...
EU QUERO MUITOOOOOO.....
Olhei pra ele sério e disse que ia seguir e que tava tudo bem...
Entramos em um percurso de trekking que estava tranqüilo, navegamos pelo azimute, e chegamos rapidinho ao PC, que estava escondido.
Voltamos para o PC 8 e os meninos tinham acabado de chegar do percurso de remo.
Pegamos as Bikes e fomos para os derradeiros 4 Pcs finais. Como não tínhamos conseguido duas tandens o Ricardo seguiu para o PC 13 na cidade para que pudéssemos chegar os juntos.
Fabian, Cris e eu pedalamos loucamente, pelas estradas, e seguimos em direção à torre, um percurso com desnível de mais de 300m. Nesta hora eu já não tinha mais água, e estava sofrendo muito. O Cris me deu um pouco de água, e o Fá me passou o Camel dele, mas não era suficiente.
Aí ele pediu para ver no mapa se havia alguma casa por perto, eu disse que sim, e ele seguiu de bike até uma casa onde encontrou o Carlinhos e a Severina, que foram super atenciosos e encheram nossos camels e garrafinhas, que ele pegou correndo e trouxe para nós. Um super companheiro de equipe, um atleta com espírito de grupo... Amo vc, viu!!!!
Aí veio a piramba e os meninos na Tandem mandaram muito bem, despencaram com tudo e fizeram aquela ladeira rapidinho, foi lindo de ver.
Daí em diante, pedalamos muito em direção ao deserto do Alemão. Nesta hora eu me perdi na navegação, pegamos uma paralela e acabamos errando uns 20 minutos. Logo encontramos o erro junto com uma outra equipe e seguimos em direção ao PC 11.
Lá fomos informados que o vertical não seria mais realizado, e que seguiríamos em direção o PC 13 onde pegaríamos o Ricardo e os alimentos e chegaríamos na praça Zequinha de Abreu onde estava o pórtico, e de onde largamos.
Nessa hora, confesso que veio um gás, e fomos como loucos para a chegada, essa era a última partezinha da navegação e estava demais... pegamos o Ricardo, os alimentos e seguimos os quatro em direção à chegada.;.
Foi lindo... Uma emoção enorme...
Que com certeza só aconteceu, meus queridos,... PORQUE NOS QUATRO QUISEMOS MUITOOOOOOO.....
Obrigada Panelli e Isa, pela força na preparação.
Obrigada Cris, querida pelos treinos e carinho principalmente com os meninos
Obrigada Su, pelo cuidado, pelo carinho e pelos treinos também.
A todos que nos ajudaram, Serginho (Ciclovece), Renato (caminhonete), Maurício (aranhas, power gel, por pular da cama e levar tudo na USP). Amigos, que torceram com tanto amor... Dani, sempre mega preocupada. Beh, sempre na retaguarda, e todos do Grupo Terra e amigos pessoais da equipe, vocês são demais.
Carlinhos e Severina, pode ser que a gente não os veja mais, porém vcs foram muito importantes nesta nossa conquista, obrigada e que Deus os ilumine, estarão nas nossas orações.
Obrigada meus três fofos, Fabian, Cris e Ricardo pela dedicação, pela força e Parabéns por essa conquista...

Caraguatatuba, tatudo certo... uhuuuuuuu Ùltima Etapa do Camp com o Terra

O mar foi a nossa porta de entrada para essa aventura em Caraguatatuba. Um mar sereno, com o sol batendo, meio dourado... Dois nadando, eu inclusive, e dois remando.
O trajeto de natação era uma volta na bóia que dava uns 600 m, (Daniel, meu treinador de natação... cara, nunca agradeci tanto os seus treinos), soquei o pé de pato e fui... eu e o Fê.
Nossa estratégia tinha sido contornar a bóia, voltar pra terra, colocar o tênis e correr para a outra praia. E deu certo, saímos da água eu e o Fé, vestimos nossos tênis e pernas para que te quero. Passamos uma costeira, seguimos correndo pela praia, achando que os meninos já estavam lá, porque eles saíram remando forte.
Mas... como diz o Panelli, viraram o barco, caíram no fundo e foi um perrengue pra subir de novo, mas conseguiram. O duck murcho de um lado, tava dando o maior trabalho, mas chegaram... E lá fomos eu e o Fé remando, a gente tava em quase último... rs
Fomos com tudo o que dava, o mar já não tava mais tranqüilo, batia um vento absurdo de lado, e o leme começou a ficar complicado, umas ondinhas de lado, e nós em direção ao píer. PC 3, passamos uma galera e ainda tínhamos que descobrir o quantos pilares sustentavam o píer. Fala sério, contar... aquele negócio com o duck se mexendo, tivemos que ir até lá mesmo.
No PC 4, chegamos e os meninos já estavam lá, simbora, deixamos os ducks e começamos as trilhas..
Bem que o Zolino tinha dito que o trajeto era lindo, e casca... porque sinceramente sofremos neste trekking. Para um deficiente visual o trekking é a parte mais difícil, porque os terrenos acidentados são percursos em que, por mais cuidadoso que o guia seja, não consegue narrar todos os obstáculos de forma a evitar que se tropece ou caia. O Ricardo ( deficiente visual que estava conosco) foi super guerreiro nesta hora, porque não foi fácil subir asa pedras, passar as pirambas, sem ver o que estava acontecendo... mas o cara mandou muito.
Mas tivemos momentos de enorme beleza, árvores gigantescas, piscinas naturais, flores belas, bromélias, jaqueiras enormes, cheias de jacas maduras. O pior é que nenhum dos cavalheiros que estavam comigo se prontificaram a carregar uma jaquinha pra mim... mas tudo bem... eu disse pra eles, que se eles acham que bonitinho é o morango, estão bem enganados...rs. Aí o Panelli, ficou me chamando de fada da jaca... e se eu fosse uma fada, acho que preferia ser da jaca mesmo. Os riachos que cruzamos pareciam uma paisagem de filme. E as pessoas, que estavam nos pcs, nos deram muita força, passavam e gritavam “Vai Grupo Terra”. Esse pessoal do Staff do Camp, é maravilhoso mesmo. Obrigada galera, vocês são um presente na nossa vida...
Depois da parte de trilha, que foi a mais complicada, pegamos as bikes e aí, foi só alegria...
O Fernando e o Ricardo na tandem, mandaram muito, seguimos para a pousada das Cachoeiras piramba acima... lógico...
Depois daí... foi só alegria., pegamos a rodovia e socamos a bota até a chegada...
Ainda era dia... e isso nos deixou muito felizes, porque essa foi a nossa segunda corrida finalizada completamente... e conseguimos cada vez mais seguros de que é possível...
Incluir é possível.... Fazer essas provas com deficientes visuais é possível.... e que cada um com sua força e carinho é responsável por essa vitória.
E o mais lindo, é ouvir amigos de corrida, que dizem que gostariam de ter essa experiência... Isto é especial demais... é ver que essa sementinha que a gente jogou, está crescendo, e florescendo... e isso faz com que a cada minuto possamos compreender que podemos muito... se pudermos nos permitir a oportunidade de sonhar coisas diferentes daquelas que estamos acostumados, e comporemos um mundo mais igualitário...
Valeu Galera do Camp, Valeu galera do Terra, valeu Dri, Valeu Fabio pela casa, Valeu Adauto, Dani, Maurício e Marcelo pelo incentivo...
Valeu equipe... por serem esses seres tão especiais que eu amo.
Valeu equipe Amazonas, João e Peg por serem sempre essa força e essa inspiração.
Valeu Massa por torcer e me manter informadíssima sobre a Su.
Valeu SU, por mostrar que tudo é possível quando acreditamos realmente...porque a peleja é dura e no final é só você contra vc mesmo.
Valeu Rojão por me ajudar a melhorar o pedal, se não fosse vc, eu ia ficar sempre no vácuo dos outros....
Valeu Antílopes, vcs são maravilhosos, uma família que eu amo...

IRON MAN 70.3 – No final a maior batalha é você com você mesmo...

Eram 4:40 da manhã de terça-feira, e o despertador tocou... Não dava pra acreditar que a noite já tinha passado e que eu dali a um minuto, tinha que levantar pra pedalar... TAVA MUITO FRIO... eu tava cansada.... to mór gorda... não to valendo nada... meu trabalho está uma droga ... e ainda queria fazer corrida de aventura... FECHEI OS OLHOS E NÃO FUI>..
Esse dia foi uma droga...mesmo não tendo levantado fiquei rolando na cama e pensando como eu era a ´´ultima das criaturas.
Neste dia pensei muitas coisas, pensei que meus treinos eram muito complexos, que eu não vivia daquilo... que não adiantava ficar achando que eu ia conseguir fazer o Iron,porque eu não vou... e que ia ligar pra minha treinadora e dizer que ia desistir.
Muito bem... 8:30... inevitavelmente... tinha que trabalhar... Mas... podia dizer que tava doente... Ah não, depois teria que conseguir um atestado.
Fui trabalhar...
Passei um dia desanimado. Trabalhei direitinho..até as 3 da tarde...
Quando mandei um msn para uma amiga minha, a Karina, dizendo que ia desistir do Iron... e ela me disse que eu não podia fazer isso... que nunca tinha me visto falar uma coisa dessas, e que era uma vergonha eu dizer uma coisa dessas... e ela me disse que de jeito nenhum eu ia desistir...
HUMMMM....
Neste momento ... comecei a pensar muito.. em tudo, sob outro aspecto...
Que desistir é muitas vezes medo do que pode acontecer... mas somos todos co-criadores da nossa realidade, e neste momento temos infinitas possibilidades... Pensei que eu realmente ficaria muito decepcionada comigo se desistisse antes mesmo de tentar... Se parasse antes de saber se daria certo... e neste momento... parece que algo se acendeu pra eu continuar...
Na mesma noite recebi o dvd da Maratona de Paris, e assistindo a ele, lembrei todas as emoções daquela vitória, de como foi difícil principalmente treinar para essa prova, porque eu estava largando 10 anos de anti- depressivo... e tinha engordado um bocado. Ao chegar ao finalzinho do Vídeo... eu fui filmada em close, chegando... chorando , chorando... e agradecendo...
Alguns dias depois, a Su veio até o meu trabalho e trouxe uma camiseta linda, uma flor e uma garrafa de Coca Cola pra eu fazer um vasinho, aquilo definitivamente... foi um alento...
Ela me disse assim:
_ Mo, faça o que você puder, não importa que não sejam todos os treinos... Mesmo assim, se vc decidir desistir, eu vou te apoiar de qualquer forma...
Neste mesmo Dia a Rita me mandou um e-mail, dizendo que era pra eu ir ao treino que ela não ia treinar sozinha, que era pra eu me animar, que tava todo mundo com medo, mas que a gente ia conseguir...
O Ri, meu amor, incentivador e sempre apoiador nestas horas de desânimo disse:
- Amor você faz isso porque gosta, não precisa sofrer por isso, faz o que puder, e vai se divertir.
E nesta sucessão palavras lindas, de pessoas especiais e importantes na minha vida,eu decidi que iria tentar, mesmo que não fosse o melhor treino do mundo, que não fosse a minha performance mais forte, mas era uma batalha minha comigo mesmo.
E acredito que em maior ou menor grau, chegar à prova completando o treinamento era o maior desafio, mais do que a própria prova. Deixar de lado seus próprios medos, suas desconfianças, muitas vezes famílias e amigos, em busca de um sonho, uma realização pessoal.
A chegada da prova foi um marco, porque nesta hora, a sensação do dever cumprido é enorme, vc fez o melhor que podia até aquele minuto depois é coragem e determinação.
Sexta-feira de manhã largamos para a empreitada às 6:30 da manhã quase toda a galera já estava no aeroporto, embarcamos as bicicletas, embaladas no plástico bolha... Só a do Edésio veio com um pedaço do sofá da D. Cristina, sua senhora.
Chegamos em Brasília e já estava calor, imaginem que eram 9 da manhã. No hotel descobrimos que o evento era do nosso lado, e fomos, acredito, os primeiros a pegar o kit de sobrevivência e as nossas 4 sacolinhas. O frio na barriga não deixava nem o ar passar direito.
Tiramos fotos com os banners e voltamos para o hotel, esperando a tarde para dar uma corridinha e experimentar um pouco dos ares de Brasília. Esse retorno já foi memorável, porque seguimos a instrução do nosso navegador italiano Roberto Zanotto, que disse para entrarmos pela parte de trás do hotel, que ficava uns 800 metros mais perto do que o trajeto que faríamos, e ... O PORTÃO ESTAVA FECHADO...
Batemos, sacudimos, um cara nos viu... e disse queera para darmos a volta...
AH não... AH não...
Vamos pular o muro... Idéia do OGRO MÓR CARLÃO... Mas quem pulou primeiroo foi o Zanoto mesmo.. e depois o Felipe...e aí o Carlão falou... Mas e as meninas... como vão pular...
E eu me enfezei...rsrs.. e pulei tambem, precisava defender meu posto de OGRA mór. Rsrsrs.. Almoçamos, esperamos o sol baixar e fomos dar uma corridinha... Foi uma delícia.
Sábado, pedalzinho cedo, pra reconhecer o trajeto, achamos ótimo, com subidinhas e tudo...
À tarde uma reunião de meninas no quarto das ogras, levantou nosso moral... Cada uma das superpoderosas ganhou a sua bonequinha...rsrs... que ficou famosa quando fomos levar as bikes para o bike park logo depois.
Voltamos para o hotel, fui dormir... e LOGICO... Tinha uma festa HAVE, daquelas bate estaca bem na lagoa, e o barulho soava no nosso quarto.
O Ri furioso... rs...ligou para o cara da recepção e mandou ele dar um jeito, que tinha um cara no estacionamento com o SOM NO ULTIMO e que ele não conseguia dormir de jeito nenhum...
Até a gente descobrir que era uma festa...
Bom, ligamos o ar condicionado, colocamos travesseiro na cabeça e dormimos...
DOMINGOOOOO
05:00 estávamos de pé... vesti minha roupa de batalha... aliás, nosso uniforme continua sendo um dos mais lindos de todas as provas, e fomos para o Café.
Saímos para a largada às 6:15, todos adrenados. Chegamos lá... eu SEM A MINHA ROUPA DE BORRACHA, que não chegou, e fomos ajeitar as coisas no bike park.
Últimos detalhes e fomos todos para a água. Entramos no Lago Paranoá... aquele tão cantado nas músicas, e nele estava agora um enorme cardume de aço... Homens e mulheres dispostos a largarem em alguns minutos em busca do seu título de Iron Man 70.3 milhas.
A visão era linda, milhares de cabeças amarelas se moviam na água... MAS...
A largada atrasou, e ao invés de sairmos 7:30...acabamos largando 8:30 aproximadamente. Bom... imaginem que a previsão era de mais uma hora de sol no côco...
Enfim largamos... a cada braçada só pensava que estava mais perto de completar essa tão sonhada prova... O dia estava lindo, e prenunciava um calor de rachar.
Saí da natação com 46minutos... DANIIIIIIELLL vc é tudo nessa vida... pensei. Obrigada...
Peguei a minha mochila de pedal, vesti o capacete, tomei um gatorade,,, e VAMO PRA LUTA...
Peguei a minha magrelinha, de todas as horas, e saí como louca pedalando neste planalto central. Subida que Deus mandava e a cada volta... elas pareciam, mais íngremes... Mas soquei a bota neste pedal... pra ver se passava algumas meninas da minha categoria... Foram duas... eba...
Chegue pra correr, definitivamente bem cansada. Até porque o calor tava castigando e já eram 12:00, quando larguei para a meia maratona.
GENTE... aí.. é que a coisa pegou de verdade. O calor escaldante, sol a pino... NENHUMA MISERA SOBRA... Nada, Nada,. Nada... Era só sol...
O trajeto eram duas voltas de cerca de 10 km, e mais um pedacinho até a chegada, quando saí para a primeira volta passei pelo Carlão e pela Su, terminando a primeira volta... Fiquei super emocionada, porque era um sonho estar ali... Mas não podia ficar com nó na garganta porque me dava falta de ar. Rsrs
Então pensei: SE LIGA GURIA, vai chorar agora... parece mariquinhas, guarda pro final, vc vai precisar dessa água. ...rsrsrs
Mas foi super legal, que logo depois já vi o Roger, o Massa, e logo depois o Edésio e o Zanotto e mesmo só obtendo resposta do ZANOTITO... gritei... é isso aí pessoal ....vão com tudo.
Terminei a primeira volta, só pensando assim... só mais 5km.... e assim fiz mais 05, e mais 05...
Só pensava assim, oba nos 2,5 tem uma comidinha, então eu ia de comidinha em comidinha..rsrsrs
Para vcs terem idéia do calor, peguei um pãozinho desses bisnaguinha num posto de comida, e quando cheguei no outro o mesmo pãozinho já estava torradinho na minha mão. De verdade... falei pro cara do posto de água... TOSTEX NATURAL... ele riu e trocou o meu pãozinho...
Quando passei pelo Ri... que na verdade foi um apoio maravilhoso... tomei uma Coca Cola, e segui em frente, era a segunda volta, e aquela pulseirinha amarela no meu braço parecia já um troféu...
Nesta hora eu pensei... afemaria... agora é só mais 05 e mais 05.
Só para constar, para chegar na virada dos 05km, tinha que subir uma ladeira, igual a da via parque... talvez um pouquinho mais curta, mas tão inclinada quanto... e isso dava um desespero..rsrs
Mas a tendinha estava lá em cima, e eu pensava... mais um suquinho, mais um pãozinho 05 km... pára um pouquinho, descansa um pouquinho, mais 05km...rs
Bom... assim voltei meus 05km... com um pãozinho na mão, o coração cheio de felicidade... e falando com cada um que passava... Vamo lá guerreiro... vc consegue... !!!
Esse grito era pra eles, mas também era pra mim... Agora eu só precisava chegar... e isso era uma emoção enorme...
Cruzei a linha de chegada direto pros braços do Ri, meu amor querido, e para o abraço da minha equipe querida logo depois.
Estava feito... EU SOU UMA IRONMAN 70.3. SAIU UM GRITO EU NÃO ACREDITO QUE EU CHEGUEI....
E esse é o real sentido desta prova para mim. Cada um tem seu real sentido para fazer essa prova. Pensei muito nisto quando vi no clip de um dos competidores, colada com fita adesiva, a foto do filho dele.
E não importa em que posição, mas esse é um orgulho só seu. Independente de quem chegue na sua frente ou atrás de você...
NO FINAL, ACEITAR O DESAFIO, TREINAR LOUCAMENTE E FAZER UMA PROVA COMO ESTÁ É UMA EMOÇÃO ÚNICA, E QUE SÓ FAZ SENTIDO PRA VC MESMO. NINGUÉM TEM A REAL NOÇÃO DO QUE ISSO SIGNIFICA PARA VOCÊ, A NÃO SER VC MESMO. E ESSA É O GRANDE APRENDIZADO DE UM DESAFIO COMO ESTE,CADA UM SÓ PODE FALAR POR SI MESMO... E PELO SEU PRÓPRIO APRENDIZADO.
E PRA MIM, COMO DIZ O RI... SÓ ESCOLHER UM DASAFIO COMO ESSE COMO META, JÁ NOS FAZ VENCEDORES....


Obrigada em primeiro lugar a Deus pela vida, ao meu amor querido, que sempre foi incansável durante o treinamento e durante a prova.
À minha família querida, por ser meu alicerce e por tantas vezes suportar minha ausência.
Aos meus dois treinadores... SUELI BRAZ e DANIEL, pela dedicação e principalmente por acreditarem em mim, mesmo quando eu mesma não acreditava.
Aos treinadores da Pelé Clube.
À Rita por ter sido uma companheira inseparável nestes treinos tantas vezes LOOONGOOOOOSSSSS, e cansativos. MIGA VC È FODA VILMA.
À Renatinha linda por sempre me incentivar, e dizer... VAI MARQUITO... e porque eu juro que só pensava em você naquela natação... ah se eu nadasse igual a Re...rsrs
Ao Carlão, Edésio, Zanotto, Felipe, Massa e Roger...Valeu pelos treinos, valei pela força, valeu por serem meus ídolos cada um na sua modalidade... VALEU GALERA vocês são MUITOOOO OGROS...
Às minhas amigas, Dani, Michele, Dani Peg, lindas... OBRIGADA PELO APOIO, CARINHO E INCENTIVO SEMPRE...
Ao meus amigos da Antilope, ECONOIS, Da Trilopez, à equipe de aventura, Cris e Edu...
E a todos os meus amigos,.. por terem suportado minhas ausências e meus esquecimentos..
Deus abençoe a todos,,,
Mo

100% Afinal... CHEGAMOS NO FINAL

Neste domingo, dia 20 de agosto de 2007 a gente completou a prova do Adventure Camp, uma vitória para muitas pessoas, e conquistada por muitas pessoas. Compreendam que todos aqueles que correram alguma vez nesta equipe de Aventura com deficientes Visuais, são co-responsáveis por termos completados esta etapa, e por termos pela primeira vez, entrado no ranking oficial sem restrições, e tendo feito todos os 15 Postos de Controle, dentro do tempo regulamentar.
Cris Carvalho e Pupo , vcs que confiam tanto na gente, algumas vezes mais até do que a gente mesmo, nosso maior carinho, gratidão... e principalmente admiração.

A PROVA
Começamos remando, o que foi um exercício de paciência, controle e determinação, porque os meninos sabem bem, que não é fácil controlar um duck com 3 pessoas a bordo. Tem que ter muito braço, e, antes de mais nada, muita paciência, para não se estressar com as giradas do bote...rs
Chegamos bem no PC 2 e seguimos em direção ao PC3, na verdade o que eu achava ser o PC3, e que na verdade era o PC4 ... PARABENS>>> NÈ...
Chegando lá, achei que era melhor eu ir até o 3 e ver o que era a tal senha que tínhamos que saber. Estava escrito: Quem será o Jungle Man... Fala sério, ...rs.
Chegando ao PC 4, vimos que aportagem que imaginávamos ser super longa, era na realidade curta e totalmente realizável, o que nos pouparia algum tempo. Fizemos e acabamos saindo 11 e pouco deste PC, e indo para o 6, onde acabava o nosso trecho de remo, e começava o de trekking...
Nesta etapa a navegação foi essencial e nesta o Fernando mandou muito bem. Do 7 para o 8 tinha algumas pegadinhas, mas o chão estava muito bom, e para o Cris também foi bem mais fácil.
Achei que o esquema de navegar em mais de uma pessoa foi muito legal, ou seja, pedir para a equipe decidir junta para onde ir, isso requer humildade do navegador e ao mesmo tempo dá a equipe a responsabilidade, que é muito grande quando colocada sobre uma única pessoa. Como sempre digo, o mapa pesa...
Depois do Trekking, chegamos na bike, realmente estávamos nos divertindo...E isso acho que foi o que nos fez chegar, a nossa alegria, o nosso alto astral, a nossa aceitação das diferenças, acredito muito nisto, que quando fazemos algo sem que isto seja prazeroso não vale a pena, e essa prova foi muito linda, muito legal e bem desafiadora.
No AT 2 pegamos a bike e na primeira subida, a corrente da tandem arrebentou. O Panelli depois disse que achou que a prova tinha acabado ali, mas a gente foi ajudado pelo pessoal do PC, mais especificamente o Alessandro, que foi demais, e a ferramenta do Zeco e da Veva salvaram a nossa vida. Levamos uns 35 minutinhos, mas saímos com a bike rodando.
A solidariedade é mesmo uma das minhas virtudes favoritas.
Agora tínhamos que correr contra o tempo, porque o corte aconteceria no PC 14, faltavam mais de 15km e a gente ainda teria que fechar o vertical.
Dá-lhe força nas perninha, e subida na Pirambeira e descida desembestada... Olha, descemos meio kamikaze, a mil por hora, mas sempre com segurança, até com a tandem foi na banguela...
Precisamos acelerar, chegamos no PC 12 às, 15:35, o corte tinha sido mudado para a as 17:30... UFA.. Fomos correndo para o vertical, e quando o Panelli viu que ia conseguir saiu como um louco, mas sem saber pra onde ir... Não adianta correr se vc não sabe pra onde...
Começamos errando o caminho, até que um anjinho deu um assobio e indicou o outro lado... Achamos o caminho certo. CALMA.;..essa é uma coisa super importante para porque excesso de confiança, e ansiedade não ajuda em nada na performance. Mesmo assim saímos correndo. Rs
A Pedra não era muito grande, mas a paisagem era linda , linda, aliás como toda esta prova, linda demais. Para descer foi um pouco perrengue, porque eu tava com o braço meio cansado e tinha 10 kg na ponta da corda, para que tivéssemos mais segurança, e quem disse que eu conseguia erguer os 10 kg para descer... aí gritei pro Panelli levantar as garrafas pra eu descer mais rápido. Coisa de louco, ele me ajudou, valeu equipe... e eu não desci, despenquei, tava preocupada com o tempo.
Bom, lá fomos nós... para o próximo PC, saímos de lá às 16:30, e na porta, do lado de fora, claro, paramos para comer, porque eu já tava varada de fome e o Panelli idem.
Daí pra frente era chão, mas só tinha mais um PC, e não tinha mais jeito da gente não chegar, aliás, nem que fosse andando, empurrando, sei lá.
Seguimos com a maior alegria do mundo, dando risada, e pensando em como chegaríamos... e cantando... e vieram várias pirambeiras e a gente subiu, Subiu... e fez uns downhills muito legais.
E aí foi só correr pro abraço... Uma conquista... Foi realmente emocionante...
Com a paz e a tranqüilidade que merecemos... aceitando as diferenças e principalmente provando para nós mesmos, que até as coisas que parecem mais difíceis, são possíveis, com determinação e força de vontade.

Transition Brasilândia


O movimento das Cidades em Transição, ou Transition Towns, foi criado pelo inglês Rob Hopkins com o objetivo de transformar as cidades em modelos sustentáveis, menos dependentes do petróleo, mais integradas à natureza e mais resistentes a crises externas, tanto econômicas como ecológicas.
Hoje o movimento se faz presente em 14 países do mundo. Já são mais de 8.000 Iniciativas de Transição (em cidades, bairros e até ilhas) e 300 cidades oficiais.
Aqui no Brasil o movimento foi iniciado pelos Arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano e por mim. Fomos há dois anos fazer o curso na Inglaterra e iniciamos os processos por aqui.
Serra foi a primeira cidade oficialmente incluida no rol das Cidades de Transição Brasileiras, e agora existem várias iniciativas sendo estabelecidas.
Há um mês iniciei por aqui, pela Fundação Stickel, uma iniciativa articulando a Brasilandia, na Zona Norte.
Ontem fizemos a primeira reunião formal na Comunidade da Brasilandia… Tem tudo para dar muito certo.
As Iniciativas de Transição criam um processo promissor que engaja pessoas, comunidades, instituições e cidades para, juntos, pensarem e implementarem as ações necessárias de curto e longo prazo para enfrentar duas questões emergentes que já começam a se fazer sentir: as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo.
No dia 28 de julho foi realizado um seminário internacional, com a presença de May East, Marcelo Todescan e Taísa Mattos, onde foram abordadas os quatro eixos da sustentabilidade. Nele os participantes puderam por meio de processos participativos:
1-Conhecer o contexto das Cidades em Transição e as possibilidades de transformação que emergem com as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo;
2-Aprender como adaptar os doze passos iniciais do movimento à realidade e capacidade da sua cidade;
3-Saber como utilizar processos de visualização coletiva e tecnologias sociais para o desenho de um futuro de maior resiliência* na sua cidade, bairro ou município de origem;
4-Explorar a relação entre transição interior e exterior;
5-Aprender a organizar encontros efetivos, como palestras públicas, open space e grupos temáticos de trabalho de acordo com o estágio de mobilização do seu grupo e local;
6-Conhecer os pontos mais importantes para uma palestra inspirada sobre Cidades em Transição;
7-Explorar os elementos do desenho de um plano de mudança para desenvolver a capacidade de resistir a choques externos (resiliência), como a escassez de petróleo, crises na produção de alimentos, desabastecimento, falta de água e de energia;
8-Aprender a incluir nesse plano todos os setores da sociedade – governo, setor privado e cidadãos – e todos os aspectos da vida cotidiana – saúde, educação, transporte, economia, agricultura e energia.
Diferente da abordagem fatalista que prevê quadros horríveis de fome, seca, migrações climáticas e morte, as Cidades em Transição têm uma visão realista, mas positiva, do futuro. Acreditam na ação transformadora de indivíduos, comunidades e cidades, através do desenho responsável que projeta no futuro um mundo resiliente e com base local.
O movimento “Cidades em Transição”, que busca diminuir a dependência do petróleo na vida urbana e promover as economias locais, acredita que não existe um modelo único de transição, nem que todas as respostas para resolver o problema da escassez do petróleo e do aquecimento global já tenham sido encontradas.
A idéia é que cada sociedade use a criatividade para fazer a mudança. Para as grandes cidades, uma alternativa é fazer a transição pelos bairros, reforçando o comércio regional.
Totnes, no Sul da Inglaterra, considerada o berço do movimento, espera concluir sua jornada em 2030. Na linha do tempo traçada pelo movimento, quando a tarefa for concluída, muito dos hábitos e costumes da cidade terão sido modificados.
As pessoas deverão consumir produtos locais e a dieta será baseada muito mais em vegetais do que em carne. As escolas passarão a preparar as crianças para as reais demandas da época, como cozinhar, plantar, construir casas a partir de materiais naturais como adobe e barro e a fazer jardinagem.

*Os conceitos de sustentabilidade e resiliência, que é a capacidade que um sistema possui de resistir a choques externos, passarão definitivamente a fazer parte do currículo.

Que nem pipoca

E escolhi este nome por dois motivos, porque é assim que sempre estou... correndo e pipocando por aí.
Além disto, tem uma história que eu adoro, que está no meu livrinho e que tem tudo haver comigo que se chama que nem pipoca, e diz mais ou menos assim...


Que nem pipoca

A tia Rô é amiga da minha mãe.
Ela não enxerga, igual ao tio Edu e ao Cris.
Ela estuda arte e música
e ainda por cima é atriz.

Este ano, ela nos convidou
para uma peça encenar.
Achei o maior barato
a turma toda juntar.

Ela é especialista
em juntar diversidade.
A peça que ela encena
reúne gente de toda idade.

Tem atores que não enxergam,
cadeirantes e baixa visão,
tem um rapaz com muletas,
equilibrando-se em um portão.

Todos nós nos encontramos
para o ensaio geral.
E a peça, interessante,
entusiasmou o pessoal.

O nome da peça é Pipoca
e conosco tem tudo a ver,
já que é desse jeito
que nós devemos ser.

Tia Rô diz que essa peça
explica coisas da natureza
e do que tem de acontecer
para haver tamanha riqueza .

Fala da transformação,
que todos os seres afeta.
Que proporciona à lagarta
ser a linda borboleta.

E não pense que é fácil
essa tal transformação.
É preciso um desafio
para a concretização.

E a adversidade, a força,
a dificuldade e a pressão
é que levam à mudança
do ser, nesta condição.

E a melhor explicação
é a de ser como a pipoca
quando esquenta no fogão.
Na panela ela se choca
com a força da explosão,
exatamente no momento
em que aceita a transformação.

E o milho, tão redondinho,
estoura e, como o algodão,
abre-se em vários gominhos,
branquinhos na agitação.

E quem imaginaria
que uma má situação
melhoraria tanto o milho
na sua gostosa atuação.

E quem assim assimila
as dificuldades da vida
vira uma linda pipoca
e acha a melhor saída.

Em vez de ficar lá,
sabe aquele piruá
que se recusa a estourar,
sobrando no fundo da panela?

Então vamos atuar
nesta peça da Pipoca,
mostrando as transformações
que o aprendizado provoca.

O Zé virou borboleta,
o tio Cris um ovo de pato,
eu já nem sei o que serei,
talvez uma pipoquinha,
que era como chamavam mamãe
quando ela era pequenininha.

Mas o mais importante
na peça da tia Rô
é reunir a todos nós
e saber que o mundo mudou.

E essa é mais uma história
do mundo que a gente quer.
Nem muito frio, nem muito quente,
simplesmente diferente!
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