sábado, 21 de agosto de 2010

Transition Towns



O movimento das Cidades em Transição, ou Transition Towns, foi criado pelo inglês Rob Hopkins com o objetivo de transformar as cidades em modelos sustentáveis, menos dependentes do petróleo, mais integradas à natureza e mais resistentes a crises externas, tanto econômicas como ecológicas.

Hoje o movimento se faz presente em 14 países do mundo. Já são mais de 8.000 Iniciativas de Transição (em cidades, bairros e até ilhas) e 110 cidades oficiais preparando-se para a Transição.

Aqui no Brasil o movimento foi iniciado pelos Arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano e por mim. Fomos há dois anos fazer o curso na Inglaterra e iniciamos os processos por aqui.

Serra foi a primeira cidade oficialmente incluida no rol das Cidades de Transição Brasileiras, e agora existem várias iniciativas sendo estabelecidas.

Há um mês iniciei por aqui, pela Fundação Stickel, uma iniciativa articulando a Brasilandia, na Zona Norte.

Ontem fizemos a primeira reunião formal na Comunidade da Brasilandia… Tem tudo para dar muito certo.

 
As Iniciativas de Transição criam um processo promissor que engaja pessoas, comunidades, instituições e cidades para, juntos, pensarem e implementarem as ações necessárias de curto e longo prazo para enfrentar duas questões emergentes que já começam a se fazer sentir: as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo.

Através de processos participativos, os alunos irão:

1-Conhecer o contexto das Cidades em Transição e as possibilidades de transformação que emergem com as Mudanças Climáticas e o Pico do Petróleo;

2-Aprender como adaptar os doze passos iniciais do movimento à realidade e capacidade da sua cidade;

3-Saber como utilizar processos de visualização coletiva e tecnologias sociais para o desenho de um futuro de maior resiliência* na sua cidade, bairro ou município de origem;

4-Explorar a relação entre transição interior e exterior;

5-Aprender a organizar encontros efetivos, como palestras públicas, open space e grupos temáticos de trabalho de acordo com o estágio de mobilização do seu grupo e local;

6-Conhecer os pontos mais importantes para uma palestra inspirada sobre Cidades em Transição;

7-Explorar os elementos do desenho de um plano de mudança para desenvolver a capacidade de resistir a choques externos (resiliência), como a escassez de petróleo, crises na produção de alimentos, desabastecimento, falta de água e de energia;

8-Aprender a incluir nesse plano todos os setores da sociedade – governo, setor privado e cidadãos – e todos os aspectos da vida cotidiana – saúde, educação, transporte, economia, agricultura e energia.

Diferente da abordagem fatalista que prevê quadros horríveis de fome, seca, migrações climáticas e morte, as Cidades em Transição têm uma visão realista, mas positiva, do futuro. Acreditam na ação transformadora de indivíduos, comunidades e cidades, através do desenho responsável que projeta no futuro um mundo resiliente e com base local.

O movimento “Cidades em Transição”, que busca diminuir a dependência do petróleo na vida urbana e promover as economias locais, acredita que não existe um modelo único de transição, nem que todas as respostas para resolver o problema da escassez do petróleo e do aquecimento global já tenham sido encontradas.

A idéia é que cada sociedade use a criatividade para fazer a mudança. Para as grandes cidades, uma alternativa é fazer a transição pelos bairros, reforçando o comércio regional.

Totnes, no Sul da Inglaterra, considerada o berço do movimento, espera concluir sua jornada em 2030. Na linha do tempo traçada pelo movimento, quando a tarefa for concluída, muito dos hábitos e costumes da cidade terão sido modificados.

As pessoas deverão consumir produtos locais e a dieta será baseada muito mais em vegetais do que em carne. As escolas passarão a preparar as crianças para as reais demandas da época, como cozinhar, plantar, construir casas a partir de materiais naturais como adobe e barro e a fazer jardinagem.

*Os conceitos de sustentabilidade e resiliência, que é a capacidade que um sistema possui de resistir a choques externos, passarão definitivamente a fazer parte do currículo.

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